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Espécies

Introdução

    As aves desempenham importantes funções nos ecossistemas e contribuem ativamente para o equilíbrio ambiental. Por um lado, interagem com a vegetação, nos processos de polinização e dispersão de inúmeras plantas. Por outro lado, em resultado de uma dieta baseada no consumo de invertebrados, atuam controlando as populações de insetos e outros pequenos animais, que poderiam torna-se muito abundantes e de alguma forma desequilibrar o ambiente.

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    Uma das famílias de aves mais comuns no nosso país é a das andorinhas.

No velho continente, estas são avistadas nos meses primaveris, tendo percorrido cerca de 10 000km desde o sul do continente africano, local onde permanecem nos meses mais frios. Esta viagem demora cerca de quatro semanas, sendo que os machos, geralmente, chegam primeiro. No começo de Maio, a maioria das andorinhas dá início ao seu período reprodutivo.

    No início de Setembro, a maioria das andorinhas prepara-se para a migração; no entanto, algumas poderão ficar na Europa até Outubro. 

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A viagem de regresso a África demora cerca de seis semanas. As andorinhas que visitam o nosso país deverão seguir pelo sul de Portugal, em direção a Marrocos, antes de atravessar o Deserto do Sahara, a floresta tropical do Congo, chegando finalmente à Namíbia e à África do Sul. Executam o seu voo durante o dia, podendo fazer até 320Km diários. Uma vez que as andorinhas se alimentam unicamente de insetos voadores, não necessitam de engordar antes da migração, podendo alimentar-se ao longo do percurso. No entanto , e dadas as inúmeras adversidades que enfrentam ao longo do trajeto , muitas morrem  durante a viagem. Em média ,  vivem  16 anos.

Curiosidades

As fêmeas fazem uma postura de 4 ou 5 ovos, que depois são incubados durante cerca de 14 a 16 dias.

Andorinha -dos- beirais (Delichon urbica)

    Esta é uma andorinha caracteristicamente compacta, preta e branca. Apresenta coroa e dorso preto-azulados e as asas e cauda pretas. O seu uropígio é notoriamente branco, bem como a parte inferior do seu corpo.  Nidifica frequentemente sob os beirais dos edifícios em colónias. Requer uma fonte próxima de lama mole para construir um ninho quase esférico.  É frequentemente observada a alimentar-se sobre a superfície das águas doces.

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Distribuição da espécie :  Bem distribuída

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Espécies semelhantes : Andorinhas-das-chaminés e Andorinha-dáurica.

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Andorinha-das-barreiras (Riparia Riparia)

    Esta é mais pequena de todas as andorinhas, com cauda pouco bifurcada e asas muito angulosas. O seu voo é geralmente menos planado do que o das outras espécies suas parentes. Apresenta parte superior inteiramente castanha e uma parte inferior branca. A faixa peitoral castanha que possuem é distintiva. Formam bandos facilmente audíveis e reúnem se com frequência sobre a água para se alimentarem.  A sua nidificação, em colónias, é feita em taludes de areia e rochedos.

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Distribuição da espécie: Bem distribuída por toda a europa. Declínio acentuado nos anos 80 relacionado com a seca em África

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Espécies semelhantes: têm em comum com a andorinhas-das-chaminés e andorinha-dos-beirais a parte superior preta.

Andorinha-das-rochas (Hirundo rupestres)

    Esta é uma andorinha rechonchuda, residente da Europa mediterrânica. Ave predominantemente alpina, habita contra fortes rochosos(muitas vezes em altitude). É castanha na parte superior e castanho-amarelado na inferior, não possuindo  uma faixa peitoral como a andorinha-das-barreiras. A sua cauda é quadrada com uma fila de pintas brancas quando aberta .

 

    Apresenta constituição robusta, sendo o seu corpo mais pesado do que o das restantes espécies de andorinhas.  Dadas as suas asas mais largas e mais triangulares, faz voo planado com grande frequência.

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Distribuição da espécie: Residente na Península Ibérica , Córsega , Sardenha , Sicília e Sul de Itália. Nos meses primaveris viaja mais para Norte até ao sul da Alemanha e para leste, até à Grécia.

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Espécies semelhantes: Andorinha-das-barreiras.

Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica)

    Esta espécie de andorinhas visita frequentemente as quintas e os jardins. É habitual nidificar em celeiros, barracões, garagens e outros edifícios anexos. Apesenta um voo veloz e  geralmente acrobático, enquanto procura insetos voadores. As suas asas são compridas e angulosas e a cauda bifurcadas sendo que os adultos apresentam guias caudais. Importa salientar que estas guias caudais são mais compridas no macho do que na fêmea.

 

    Quando abrem a cauda, é notório um conjunto de pintas brancas. A parte superior do seu corpo é de um azul-escuro-metálico e a sua face e garganta vermelhas. A parte inferior do seu corpo assume tonalidades entre o creme-claro e o côr-de-rosa vivo. Reúne-se habitualmente em grande número para se alimentar sobre terrenos pantanosos e de aguas doces, podendo também utilizar os caniçais como dormitórios.

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Distribuição da espécie: Bem distribuída

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Espécies semelhantes: Andorinha-dos-beirais e andorinha-dáurica.

Andorinha-dáurica (Hirundo daurica)

    Nos últimos anos, esta espécie tem expandido com êxito a sua área de distribuição para Norte, estando outrora confinada ao sudoeste e ao sudeste da Europa. Apresenta um corpo mais robusto do que o da andorinha-das-chaminés e semelhante a um torpedo, em resultado das guias caudais que se viram para dentro. A sua parte superior é preta e toda uma parte inferior, colar estreito e uropígio côr-de-rosa arruivados.

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    Distribuição da espécie: Leste do Mediterrâneo, Médio Oriente, India, China, Coreia, Savanas da África e Ásia Meridional. Tem sido igualmente observada a Norte da Península Ibérica e da França.

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Espécies semelhantes: Andorinha-das-chaminés, andorinha-dos-beirais e andorinha-das-barreiras.

Bibliografia: 

Gooders, John. Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa. Circulo de Leitores. 1994

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